Como são formados os preços da gasolina e diesel?
Depois de uma forte queda nos primeiros meses da pandemia, os preços dos combustíveis na bomba aumentaram desde meados do ano passado, conforme as atividades econômicas foram retomadas após a fase mais rígida do isolamento social contra a disseminação do corona vírus.
O ano de 2021 começou com sucessivas altas no preço dos combustíveis, pesando nos bolsos dos consumidores.
A principal pressão em cima do valor dos combustíveis vem dos preços internacionais do petróleo.
A guerra na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia estão fazendo o preço internacional do petróleo disparar.
Esses preços, que já vinham sendo pressionados pela alta da commodity no mercado internacional desde a retomada das atividades econômicas e da cotação do dólar, agora sofrem um forte baque com as restrições ao petróleo russo: o país produz cerca de 7% do petróleo global e é um dos maiores exportadores da commodity.
Só em 2022, passa de 45% a alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Mas como são formados os preços?
Como a Petrobras é dominante no mercado, a influência do preço da gasolina e do diesel começa com a empresa, mas também há a venda de empresas privadas.
O diesel sofre ainda mais influência, por conta do peso do petróleo na composição.
Além de impostos (ICMS, PIS/Pasep e Cofins, e Cide), a diferença entre os preços das refinarias para o preço cobrado do consumidor sofre influência dos lucros do produtor ou importador, custo do etanol anidro (no caso da gasolina) e do biodiesel (no caso do diesel) e margens do distribuidor e revendedor.
DIESEL
O diesel tem a maior influência da Petrobras sobre a formação dos preços. A porção de realização (fatia que fica com a Petrobras) da empresa no preço é de 58%, mais da metade do que o consumidor encontra da bomba.
Os impostos são a segunda maior fatia, com 20% do preço. Há, contudo, uma divisão entre tributos federais e estaduais. O ICMS, da unidade federativa, é maior, com 14%. Cide, PIS e Cofins têm uma mordida de 6%.
Há também influência do biodiesel, com 12%, terceira maior porção do preço. Atualmente, é necessária uma mistura mínima ao diesel mineral em proporção de 12% pelas distribuidoras, segundo a Petrobras. Em 2023, essa parcela deve chegar a 15%.
Por último, a cadeia de distribuição e os revendedores ficam com 11% do valor pago.
GASOLINA
A gasolina vendida nos postos é uma mistura entre gasolina e etanol anidro. A divisão é de 73% e 27%, respectivamente. Como o diesel, incidem os impostos e lucro de distribuição e revenda no preço final.
A maior fatia do preço da gasolina é formada por impostos. Somados, o ICMS, o PIS/Pasep e Cofins somam 37% do valor final, sendo 27% para o primeiro e 10% para os demais.
O que fica para a Petrobras (a realização) são 36% do preço final.
Na sequência, entra o lucro das distribuidoras – representa 14% do valor final. O etanol anidro fica com 13% do valor.