Análise do retorno dos reajustes de combustível ao consumidor final
Análise baseada em 26.247 postos revendedores e 3.463.360 preços coletados até outubro/2021.
Após o anúncio do último 08 de outubro, o aumento registrado foi de R$ 2,78 para R$ 2,98, ou seja, R$ 0,20 no preço da refinaria. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço da gasolina na bomba passará a ser de R$ 2,18 por litro em média, o que corresponde a um aumento de R$ 0,15 por litro.
A gasolina comum já registra o maior patamar histórico do seu preço na refinaria, até o dia 08 de outubro registra 64% de crescimento frente ao final de 2020.
Justificativa da Petrobras para os reajustes
Em seu anúncio, a Petrobras destacou que aplica o reajuste sobre o GLP “após 95 dias com preços estáveis, nos quais a empresa evitou o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”. Já para a gasolina A, o período de estabilidade foi de 58 dias, segundo a empresa.
A companhia afirmou que elevação reflete os patamares internacionais de preços de petróleo, “impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial”, e a taxa de câmbio, “dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”.
De acordo com a Petrobras, esses ajustes “são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”.
Impacto no bolso do consumidor
A expectativa após os dois primeiros anúncios de redução da gasolina comum, seria que, essa redução, chegasse ao consumidor final. O que de fato não aconteceu, foi constatado uma redução na ponta de 35% do valor total reduzido na refinara. Os outros 2/3 foi apropriado dentro da própria cadeia de valor do setor.
O aumento da gasolina comum no dia 16 de abril, levou somente dois dias para chegar ao consumidor.
E a redução de preço na refinaria no dia 01 de maio, e 11 de junho, não foram absorvida pela rede revendedora dos postos. Ao contrário, o preço praticado nos postos teve um aumento médio de R$ 0,218, ou seja, 4% maior que antes do anúncio.
Com os novos anúncios de redução da gasolina comum, em maio e junho, a expectativa era que chegasse ao consumidor final. Mais uma vez de fato não aconteceu, não houve o repasse dessas reduções na bomba.
O aumento da gasolina comum no dia 04 de julho, foi o que demorou mais a chegar ao consumidor, aproximadamente três semanas.
E os aumentos de 11 de agosto e 08 de outubro, levaram 7 e 9 dias para chegarem na ponta.
Como as bandeiras se comportaram com o repasse
Para o entendimento desse gráfico, a linha central foi o tempo em que o repasse/redução ocorreu ao longo do tempo para o mercado, no caso, à gasolina comum. As bandeiras são representadas pelo tempo do repasse/redução menos o tempo do média do mercado.
A parte superior do gráfico representa o tempo de repasse maior que a média do mercado e a parte inferior um tempo de repasse menor que a média do mercado.
Em linhas gerais a distribuidora BR apresenta um comportamento próximo do repasse observado para a gasolina comum, Ipiranga e Shell buscam acompanhar a BR.
De uma forma geral, Ale e as distribuidoras conhecidas como Bandeiras Brancas conseguem repassar de forma mais ágil o repasse de preço registrado para a gasolina comum.
E o quanto as bandeiras estão conseguindo repassar
A leitura do gráfico abaixo é para identificar o repasse registrado entre os players e a média do mercado em reais durante os períodos de aumento ou redução da gasolina comum na refinaria.
De uma forma geral a distribuidora BR mantém seus movimentos muito alinhados com o movimento do mercado.
As bandeiras brancas foram as que apresentaram maior incidência nos períodos analisados como o grupo de distribuidoras que mais conseguiram repassar preço.
Quase 1/3 das movimentações de repasse, Ipiranga e Shell apresentaram repasse superior a BR Distribuidora.
A partir do segundo semestre, a Ale apresenta alinhamento em sua precificação, capitalizando o repasse de forma mais precisa e até superior a BR, Ipiranga e Shell.
Os repasses de preço da gasolina comum nas refinarias chegam cada vez mais rápido ao bolso do consumidor, e as reduções não chegam na integra, quando chegam.
O preço da bomba hoje atinge o seu maior patamar histórico e esse aumento vem sendo capturado pelas distribuidoras em destaque na análise.
Vamos aguardar como será o comportamento dos preços da semana, e para quem precisar monitorar diariamente esse movimento, clique aqui e acesse: Relatórios/Pesquisa de preço bomba diários, e estarão disponíveis a média de todos os preços de combustíveis em d-1.
Acompanharemos semanalmente essas movimentações de preços de combustíveis e compartilharemos através do blog da Triad Research.
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