Mercado de combustíveis no Brasil exigem atenção dos profissionais de pricing
Na última semana, o mercado de combustíveis no Brasil foi marcado por eventos que exigem atenção redobrada dos profissionais de pricing. O cenário internacional foi dominado pela alta do petróleo, com o barril de Brent ultrapassando a marca de 90 dólares devido à restrição na oferta global promovida pela OPEP+. Esse aumento eleva os custos de importação de combustíveis como gasolina e diesel, pressionando a formação de preços no mercado interno. Além disso, a valorização do dólar frente ao real, encerrando a semana acima de R$ 5,10, adicionou mais um componente de alta, já que insumos e derivados estão diretamente atrelados à moeda americana.
No âmbito doméstico, a Petrobras decidiu manter os preços nas refinarias mesmo com o aumento dos custos externos, reforçando sua estratégia de suavizar a volatilidade internacional. No entanto, isso pode gerar pressões futuras caso a defasagem se amplie. Outro ponto de destaque foi o novo pacote tributário aprovado, que prorrogou a isenção de impostos federais sobre o etanol. Esse movimento beneficiará estados com produção agrícola relevante, ao mesmo tempo que amplia a competitividade do etanol frente à gasolina. No entanto, é essencial monitorar como isso impactará o mix de consumo dos combustíveis no curto e médio prazo.
Entre os tópicos que merecem atenção para ajuste de preços e estratégias comerciais estão:
- Alta sazonal da demanda: Com a proximidade das festas de fim de ano, o transporte e a logística devem impulsionar o consumo, especialmente de diesel.
- Câmbio em alta: A instabilidade no dólar requer acompanhamento diário para evitar surpresas nos custos operacionais.
- Política de preços da Petrobras: Embora mantidos, os preços podem sofrer reajustes futuros que alterem o cenário competitivo.
- Competitividade do etanol: O impacto da isenção tributária deve ser considerado em regiões agrícolas, pois pode influenciar a demanda por gasolina.
Outro aspecto importante a ser considerado é o impacto da inflação no poder de compra do consumidor final, que pode limitar a capacidade de absorver aumentos de preço. Com a renda disponível estagnada, os consumidores tendem a optar por alternativas mais acessíveis, como o etanol, caso este mantenha um preço vantajoso em relação à gasolina. Isso reforça a necessidade de monitorar não apenas os custos de produção, mas também os comportamentos de consumo, ajustando margens e estratégias regionais conforme necessário.
Por fim, as condições climáticas também começam a se destacar como fator de influência no mercado. O período de chuvas em algumas regiões tem gerado atrasos logísticos, aumentando custos de transporte e distribuição. Isso é especialmente crítico para regiões mais afastadas dos grandes centros, onde os preços finais costumam ser mais elevados. Diante desse cenário multifatorial, os profissionais de pricing precisam adotar uma abordagem estratégica e proativa, garantindo que cada decisão leve em conta os fatores econômicos, logísticos e sazonais, para oferecer um preço competitivo e sustentável.
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